A vida profissional, que idealmente deveria ser uma fonte de satisfação, realização e bem-estar, pode, em certas circunstâncias, transformar-se em um fardo de exaustão, desmotivação e sofrimento. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) oferece uma abordagem estruturada e eficaz para compreender e tratar o esgotamento profissional, conhecido como burnout.
A jornada de compreensão do burnout teve um marco fundamental com o pesquisador Herbert J. Freudenberger. Em 1974, ao observar voluntários em uma clínica para dependentes químicos em Nova York, ele notou um padrão preocupante: profissionais inicialmente dedicados e entusiasmados começavam a exibir sintomas de profundo cansaço após um período de intensa entrega.
Freudenberger identificou sinais de exaustão física e mental persistente; perda de motivação; desinteresse pelo trabalho; desenvolvimento de atitudes negativas, como cinismo e irritabilidade; e uma progressiva perda de energia e vitalidade. Ele ressaltou que, embora o burnout não seja exclusivo de uma única profissão, é particularmente prevalente em áreas de alta interação humana, como a saúde e a educação, onde os profissionais estão constantemente expostos a elevados níveis de estresse ocupacional e a demandas emocionais significativas.
Para descrever esse estado, Freudenberger cunhou o termo “burnout”, que significa “queimar por completo”. Ele definiu a síndrome como um estado de esgotamento físico e mental, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. A escolha do termo reflete a sensação de esgotamento profundo, como se as energias e o entusiasmo do indivíduo tivessem sido consumidos por uma queima completa.
Os princípios terapêuticos propostos por Freudenberger, que servem de base para grande parte da pesquisa subsequente sobre a síndrome, incluem o autoconhecimento, o estabelecimento de limites saudáveis, o apoio social e o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento, como técnicas de relaxamento e meditação para gerenciar o estresse.
No Brasil, a pesquisadora Mary Sandra Carlotto tem se destacado na análise dos riscos psicossociais no trabalho. Seus estudos apontam que o estresse ocupacional é um fator significativo para o desenvolvimento do burnout, nas mesmas áreas apontadas por Freudenberger: saúde e educação.
Carlotto identificou que a prevalência do burnout nessas áreas se deve a carga horária excessiva, número elevado de alunos ou pacientes e a falta de apoio institucional, fazendo com que a síndrome se manifesta por meio de:
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- exaustão emocional;
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- profundo cansaço mental e físico;
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- despersonalização, caracterizada por uma atitude cínica e pelo distanciamento das pessoas atendidas; e
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- redução da realização profissional, causada por um sentimento de ineficácia e desvalorização do próprio trabalho.
Entre os fatores de risco específicos da cultura de trabalho brasileira, Carlotto destaca, além daqueles já citados, a precarização das condições laborais em muitas atividades estressantes. Por outro lado, o apoio social e a autonomia no trabalho são considerados importantes fatores de proteção contra o burnout.
Outra importante contribuição na área é da pesquisadora Nelly Martins Ferreira Candeias, pioneira na investigação das condições de saúde relacionadas ao trabalho no Brasil. Em seu estudo “Saúde Ocupacional no Brasil”, que foi premiado, Candeias chegou a conclusões importantes sobre o cenário nacional. Ela compreende a saúde no ambiente de trabalho não apenas como a ausência de doenças e riscos, mas como um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Entre as questões prevalentes que ela identificou, destacam-se a exposição a agentes nocivos, jornadas de trabalho extensas e a falta de medidas de segurança adequadas. Os principais fatores de risco incluem ambientes insalubres, ergonomia inadequada e o próprio estresse ocupacional. A dinâmica das condições de trabalho que afetam a saúde dos trabalhadores brasileiros envolve a combinação de fatores físicos, organizacionais e psicossociais que, quando não gerenciados adequadamente, podem levar ao desenvolvimento de diversas patologias ocupacionais.
Sua vida profissional deve ser uma fonte de satisfação, realização e bem-estar, onde o engajamento e o propósito possam florescer, e não de exaustão, desmotivação e sofrimento. Se você está enfrentando sentimentos negativos relacionados ao trabalho, como cansaço extremo, desinteresse ou irritabilidade, não hesite em buscar ajuda especializada. A psicóloga Lourdes Loschi está apta a atender indivíduos que vivenciam essa síndrome, oferecendo suporte para a recuperação e a promoção de uma vida profissional saudável e equilibrada.
Dê o primeiro passo em direção a uma vida profissional mais equilibrada e gratificante, onde a paixão e o propósito possam retornar a sua rotina e trazer benefícios para a sua saúde e, até mesmo, maior eficácia profissional e aumento de seus rendimentos.
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Referências Bibliográficas.
CANDEIAS, Nelly Martins Ferreira. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2024. Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em: 14 maio 2024.
CARLOTTO, Mary Sandra; NEIVA, Livia de Paula. Riscos psicossociais no trabalho: um desafio para a saúde mental dos trabalhadores. Revista de Administração da PUCRS (RAD), Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 235-246, 2021. Disponível em: revistas.pucsp.br. Acesso em: 14 maio 2024.
FREUDENBERGER, Herbert J. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2024. Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em: 14 maio 2024.